Enel pretende renovar concessão em São Paulo por mais 30 anos

A Enel, empresa de distribuição de energia, revelou o desejo de renovar a concessão em São Paulo por mais três décadas. O anúncio foi feito pelo CEO Global da companhia, Flavio Cattaneo, durante a apresentação do novo ciclo de investimentos da empresa entre 2025 e 2027. Cattaneo destacou que a renovação da concessão é essencial para garantir a continuidade do serviço.

A concessão da Enel em São Paulo expira nos próximos quatro anos e a empresa busca estender esse prazo para mais 30 anos. Desde que assumiu a concessão em 2018, a Enel tem enfrentado críticas por problemas na distribuição de energia na região. Em 2023 e 2024, eventos climáticos resultaram em milhões de pessoas sem energia por vários dias, gerando críticas de autoridades locais, com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o governador Tarcísio de Freitas manifestando insatisfação com a atuação da Enel. Nunes chegou a solicitar à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o cancelamento do contrato de concessão com a empresa. Além disso, o governo de São Paulo entrou com ação contra a Enel devido aos apagões.

Em sua apresentação, Flavio Cattaneo atribuiu a "eventos climáticos muito fortes", que provocaram danos às redes de distribuição, as falhas no fornecimento de energia na capital paulista.

No último domingo (17), o presidente Lula se encontrou com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, antes da abertura do G20, o encontro que reúne líderes das principais economias do mundo que está acontecendo no Rio de Janeiro. Entre outros assuntos, foi discutida a "necessidade de avanços na melhoria do serviço prestado" pela Enel. O governo italiano detém 23,6% das ações da empresa, que foi fundada como estatal em 1962 e abriu seu capital nos anos 1990.

Para responder às demandas de melhoria do serviço, a Enel anunciou um novo ciclo de investimentos no valor de €43 bilhões, sendo €6 bilhões destinados à América Latina entre 2025 e 2027. A empresa atua em diversos países da região, incluindo o Brasil — em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Ceará —, Chile, Argentina e Peru. Cattaneo ressaltou o compromisso da Enel em ser rentável em suas operações na América Latina, visando fortalecer as atividades já existentes e as novas empreendidas pela companhia.

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