Número de casos de HIV entre idosos cresce 416% em uma década

O Ministério da Saúde divulgou dados recentes sobre o aumento do número de casos de HIV entre idosos no Brasil. Segundo o último boletim epidemiológico, houve um crescimento de 416% na última década, saindo de 378 novos casos em 2012 para 1.951 casos em 2022. A faixa etária dos 60 anos ou mais viu sua representatividade nas novas infecções saltar de 2% para 4% no ano mais recente.

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) emitiu um alerta diante desse cenário. O presidente da entidade, Marco Túlio Cintra, ressaltou a importância de medidas preventivas, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos especializados para os idosos que vivem com o vírus. Ele destacou a relevância do suporte à saúde mental e emocional dessas pessoas, enfatizando o impacto do estigma social relacionado ao HIV e à AIDS.

Os motivos apontados para o aumento nos casos incluem o baixo uso de preservativos entre os idosos, a popularização de medicamentos para disfunção erétil que prolongam a vida sexual, além da maior atividade sexual nessa faixa etária devido a divórcios, viuvez e aplicativos de relacionamento. Além disso, questões biológicas, como a pouca lubrificação em regiões específicas do corpo, contribuem para os riscos de infecção.

A falta de divulgação adequada sobre o acesso aos testes e tratamentos ainda é um obstáculo, levando muitos casos a serem identificados em estágios avançados. O diagnóstico tardio também é atribuído ao tabu de suspeitar de HIV em idosos, o que pode prejudicar a prevenção e o tratamento adequado. A SBGG e especialistas defendem a necessidade de campanhas direcionadas aos idosos para conscientização e prevenção da doença.

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