Presidente da Câmara rejeita proposta de anistia a envolvidos em plano de assassinato de autoridades
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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não há apoio na Casa para aprovar um projeto de anistia que beneficie os envolvidos nos atos que resultaram no dia 8 de janeiro, especialmente os ligados ao entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante entrevista à GloboNews, Motta declarou que não vê ambiente para perdoar aqueles que teriam planejado a morte de pessoas. Ele destacou a preocupação com penas exageradas, sugerindo que um projeto alternativo poderia ter mais aceitação entre os partidos de centro.
De acordo com a Polícia Federal, um documento intitulado "Punhal verde amarelo", apreendido durante as investigações, descreve detalhadamente um plano de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes que envolvia o uso de armas pesadas e a possibilidade de envenenamento dos alvos. O general do Exército Mário Fernandes, na época número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, é apontado como responsável pela elaboração do plano. O arquivo, conforme a investigação, foi impresso no Palácio do Planalto e discutido em uma reunião no Palácio da Alvorada, onde o ex-presidente Bolsonaro estava presente.
Motta também criticou a obstrução realizada por parlamentares de oposição na semana anterior, classificando-a como inadmissível. O presidente da Câmara afirmou que medidas serão tomadas para responsabilizar os parlamentares envolvidos, porém ressaltou a importância de conduzir a apuração de forma imparcial.
O clima de tensão no Congresso foi atribuído por Motta ao atual cenário político e judicial do país. Sobre as questões referentes à anistia, ao foro privilegiado e às prerrogativas parlamentares, o presidente da Câmara destacou a necessidade de cautela, afirmando que o debate não deve ser interrompido. Ele ressaltou a importância de levar as pautas ao colégio de líderes para decisão de sua inclusão na agenda. Quanto ao foro privilegiado, Motta enfatizou a complexidade da questão, indicando que é fundamental compreender o texto e os objetivos por trás das propostas. Ainda que haja descontentamento com decisões do Supremo Tribunal Federal, não há consenso majoritário sobre o tema.
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