Por que relógios G-Shock estão se tornando itens de colecionador?

No mundo da moda e da cultura urbana, alguns objetos carregam mais do que utilidade. Eles ganham status, contam histórias e refletem comportamentos de uma geração. O relógio, que por muito tempo foi visto como ferramenta de precisão, hoje assume novas funções. Modelos clássicos e reedições icônicas se tornam protagonistas de um mercado cada vez mais movido por memória, design e exclusividade. A força desse fenômeno pode ser vista na G-Shock.

Quando um G-Shock vira item de investimento?

O crescente interesse por relógios como peças de investimento tem transformado certos modelos em objetos de desejo entre colecionadores. Mas o que faz um relógio ultrapassar sua função original e se tornar um ativo valioso? Para Trevor Landolt, especialista em relojoaria e horologia, tudo começa pela combinação entre exclusividade e desejo. Essa exclusividade pode estar em diferentes elementos, como uma tiragem limitada, materiais especiais ou colaborações com ícones da cultura pop.

Alessandra Miki Ito, analista Sênior de Planejamento da G-Shock, reforça que um relógio se valoriza quando carrega atributos únicos. “Diferente de um acessório comum, um relógio de investimento pode manter ou até aumentar o seu valor e, em alguns casos, superar outros ativos de luxo como bolsas ou carros”, afirma.

O crescimento do mercado de colecionáveis

O universo dos colecionáveis está em ascensão, e os relógios acompanham essa tendência. Para Landolt, a popularização de marcas e modelos na cultura pop tem papel fundamental nesse movimento, impulsionado por celebridades e pela força das mídias online. “As redes sociais cumprem um papel importante nessa conscientização, assim como canais de YouTube, democratizando os diferentes patamares do colecionismo de relógios”, destaca.

Alessandra aponta ainda o papel das plataformas online especializadas, que ampliam o alcance e geram mais confiança nas negociações. Mesmo com forte presença no lifestyle urbano, muitos relógios G-Shock conquistam status de item de investimento. “A valorização ocorre principalmente em edições limitadas, colaborações especiais, como DW-5000R, modelos de colaboração da Barbie, Hello Kitty, Uno, Pacman, J Balvin, League of Legends, Andrés Iniesta, Kelvin Hoefler, Super Mario Bros, entre outros”, comenta a especialista.

O que impulsiona a valorização

Entre os fatores que contribuem para a valorização de um relógio, Landolt destaca edições especiais, detalhes únicos de construção e uma conexão cultural ou histórica. A procedência da marca também é essencial. “Que o relógio venha de uma casa respeitada, com integridade, histórico e legado”, ressalta.

Nem todo relógio de luxo, porém, se torna colecionável. Para isso, é preciso algo a mais – uma história, um significado. “O modelo precisa estar vinculado diretamente com algo que o destaca dos outros”, observa o especialista.

Relógios G-Shock icônicos

Um dos exemplos mais emblemáticos da G-Shock nesse universo é o G-D001, peça única em ouro 18 quilates, que foi leiloada por mais de US$ 400 mil. Para Landolt, mais do que o valor material, é a soma de fatores como edição, lançamento e apelo entre os colecionadores que faz dessa peça um marco.

Embora os modelos mecânicos sejam maioria entre os colecionadores, os relógios G-Shock digitais vêm conquistando seu espaço, especialmente quando combinam design icônico, tiragem limitada e relevância cultural. “Eles precisam se destacar mais ainda”, avalia o especialista em relojoaria e horologia.

Design ou exclusividade: o que pesa mais?

Embora o design seja um atrativo poderoso, a exclusividade costuma ser o fator mais decisivo na valorização de um relógio. “Colecionadores estão sempre em busca de itens raros e difíceis de encontrar”, afirma Alessandra. Ainda assim, a conexão emocional com o design não deve ser subestimada. “Com certeza o design impacta muito na valorização. O relógio tem uma conexão emocional”, completa Landolt.

Modelos comemorativos, como os lançados em aniversários da G-Shock, reúnem esses dois universos: são peças com forte apelo visual e produção limitada, o que os torna apostas certeiras para quem busca investir com estilo e significado. E, como concordam os especialistas, a valorização vem com o tempo – impulsionada por escassez, relevância cultural e a demanda crescente por peças únicas.