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Estudo sugere que conhecemos apenas 0,001% do fundo do mar
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Estudo sugere que conhecemos apenas 0,001% do fundo do mar

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Aventuras Na História
09/05/2025 20h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16522744/original/open-uri20250509-18-ne2xmt?1746826096
©Getty Images
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Apesar de décadas de pesquisa, o fundo do mar permanece um dos maiores mistérios da Terra. Um novo estudo publicado na última quarta-feira, 7, na revista Science Advances revelou que a humanidade visualizou apenas entre 0,0006% e 0,001% das profundezas oceânicas — o equivalente a cerca de 3,8 km², uma área menor que 0,25% da cidade de São Paulo.

A análise foi conduzida por pesquisadores da Ocean Discovery League, da Scripps Institution of Oceanography e da Universidade de Boston, nos Estados Unidos. Eles avaliaram mais de 43 mil registros de mergulhos feitos em áreas com mais de 200 metros de profundidade, seja em alto-mar ou em Zonas Econômicas Exclusivas (ZEEs). Dados de explorações privadas, como as da indústria de petróleo e gás, não foram incluídos.

O fundo do mar cobre cerca de 66% da superfície do planeta, mas temos registros visuais de apenas uma fração ínfima dele”, escreveram os autores no artigo.

Histórico de exploração

O levantamento mostra que grande parte das imagens disponíveis ainda é de baixa qualidade: quase 30% são registros estáticos, em preto e branco, feitos antes de 1980.

Embora o número de mergulhos em águas profundas tenha quadruplicado entre as décadas de 1960 e 2010, a profundidade média das expedições vem diminuindo. Nos anos 1960, cerca de 60% dos mergulhos ultrapassavam os 2.000 metros. Nos anos 2010, essa proporção caiu para 25%.

Além disso, a área de atuação também mudou. Enquanto metade das explorações da década de 1960 ocorriam em alto-mar, esse número caiu para apenas 15% nas últimas décadas. A maioria das missões atuais se concentra em regiões costeiras dentro das ZEEs.

Riscos e urgência

Para os autores, esse desconhecimento representa um desafio em meio a ameaças crescentes ao ambiente marinho profundo, como as mudanças climáticas e a possível mineração submarina.

Precisamos entender muito melhor os ecossistemas e os processos do oceano profundo para tomar decisões conscientes sobre sua conservação”, afirmou Katherine Bell, presidente da Ocean Discovery League, em comunicado.

Ela acrescenta que, mesmo com mil plataformas de exploração operando simultaneamente, levaríamos cerca de 100 mil anos para cobrir visualmente todo o fundo do mar.

Diante desse cenário, os cientistas reforçam a urgência de ampliar o acesso a tecnologias de exploração, tornar os dados mais acessíveis e incentivar colaborações internacionais. Só assim, afirmam, será possível começar a desvendar os segredos do maior ecossistema do planeta.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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