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Inédito: Astrônomos registram o nascimento de planetas ao redor de uma estrela jovem
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Inédito: Astrônomos registram o nascimento de planetas ao redor de uma estrela jovem

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Aventuras Na História
16/07/2025 20h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16562857/original/open-uri20250716-35-1o4gya1?1752696613
©ALMA(ESO/NAOJ/NRAO)/M. McClure et al.
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Cientistas anunciaram nesta quarta-feira, 16, um feito inédito na astronomia: eles conseguiram observar, em tempo real, o momento exato em que planetas começam a se formar ao redor de uma estrela recém‑nascida.

A descoberta foi obtida com dados combinados dos telescópios ALMA e James Webb. As imagens e análises revelam os primeiros grãos de material rochoso se solidificando em torno de uma estrela batizada de HOPS‑315 (imagem na capa da matéria).

Sobre a estrela

Localizada a aproximadamente 1.300 anos‑luz da Terra, na constelação de Órion, HOPS‑315 tem menos de 100 mil anos de idade — um verdadeiro “bebê estelar”.

Ao seu redor, os pesquisadores identificaram um disco de gás e poeira, o chamado disco protoplanetário, onde surgem os primeiros minerais cristalinos. Discos como esse são comuns em estrelas em formação, mas esta é a primeira vez que se observa diretamente a criação dos primeiros componentes sólidos que, ao longo de milhões de anos, podem dar origem a planetas.

“O fato de a estrela ser tão jovem mostra que estamos vendo o início de tudo. A formação de um planeta terrestre completo leva dezenas de milhões de anos; estamos registrando a etapa inicial desse processo”, explicou ao G1 a astrônoma Merel van ’t Hoff, da Universidade Purdue (EUA), coautora do estudo publicado na revista Nature.

No disco foram detectados gás de monóxido de silício (SiO) e cristais de silicato — uma combinação que indica que o gás extremamente quente começou a esfriar e se transformar em matéria sólida.

Detectar SiO mostra que a região foi aquecida a mais de 1.300 Kelvin e, depois, resfriada, permitindo o surgimento dos minerais”, detalhou van ’t Hoff. “Sabemos que isso ocorreu no Sistema Solar primitivo; agora sabemos que não foi um processo único.”

Para chegar a esse resultado, a equipe usou o James Webb para identificar a assinatura química e a temperatura do gás e, com o ALMA, localizou a região exata onde os sinais se originaram.

“O Webb sozinho não teria resolução suficiente. Foi graças ao ALMA que confirmamos que o gás vem da parte interna do disco, perto da estrela — e não de jatos de material ejetado”, disse a pesquisadora.

Registro em mais detalhes da formação planetária - ESO/L. Calçada/ALMA(ESO/NAOJ/NRAO)/M. McClure et al.

Curiosamente, a área onde o sinal foi detectado corresponde à região do cinturão de asteroides no nosso Sistema Solar, reforçando a semelhança com o ambiente que um dia originou a Terra e os planetas rochosos.

Para os cientistas, HOPS‑315 é o sistema mais parecido com o nosso já observado em estágio inicial — uma verdadeira “foto de bebê” do Sistema Solar.

É como comparar dois bebês: eles podem se parecer no começo, mas crescer de formas diferentes. Ainda não sabemos se os planetas de HOPS‑315 serão como os nossos, mas cada detalhe ajuda a entender o processo geral de formação planetária”, comentou van ’t Hoff.

A equipe pretende continuar monitorando HOPS‑315 e observar outras estrelas promissoras, buscando sinais semelhantes. Com mais dados, os modelos sobre formação planetária podem ser aprimorados — ajudando a desvendar tanto a origem do nosso Sistema Solar quanto a possibilidade de surgirem planetas semelhantes à Terra em outros cantos do universo.

“Essa descoberta era uma peça que faltava no quebra‑cabeça. Já sabíamos, pelos meteoritos, que isso aconteceu aqui. Agora temos a prova de que está acontecendo lá fora também”, concluiu a pesquisadora.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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