Lhamas podem ser a chave para o tratamento de esquizofrenia, sugere estudo
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Um novo estudo revolucionário sugere que lhamas podem guardar a chave para o tratamento da esquizofrenia. A pesquisa, publicada na revista Nature, sugere que os anticorpos desses animais podem ajudar a proteger o sistema imunológico, para projetar um anticorpo que pode ativar um neurotransmissor no cérebro envolvido na regulação da atividade neural.
Conforme repercute o Independent, a esquizofrenia é uma condição que afeta cerca de 3,7 milhões de adultos entre 18 e 65 anos nos Estados Unidos, que faz com que os pacientes interpretem a realidade de forma anormal. Hoje, a causa da doença ainda é desconhecida e não possui cura — embora possa ser tratada através de medicamentos antipsicóticos, terapia de fala e estratégias de autogestão.
Mas recentemente pesquisadores franceses anunciaram que usaram anticorpos — proteínas que ajudam a proteger o sistema imunológico — de lhamas para projetar um pequeno fragmento de um anticorpo conhecido como "nanocorpo". Este, por sua vez, pode ativar um neutransmissor — moléculas que transportam mensagens ou sinais de uma célula nervosa para a próxima célula alvo — no cérebro envolvido na regulação da atividade neural.
Tratamento com lhamas
Vale ressaltar que, antes mesmo desse estudo recente, anticorpos de lhama já haviam se mostrado eficazes no combate à Covid e outros vírus semelhante à SARS. Agora, cientistas do Instituto de Genômica Funcional injetaram nanocorpos a moléculas nas veias ou nos músculos de camundongos, que se mostraram capazes de romper a barreira hematoencefálica e atingir os receptores cerebrais.
No estudo, os pesquisadores acabaram descobrindo que o experimento corrigiu alguns déficits cognitivos observados nos animais. Foi apontado melhora na função cognitiva com apenas uma dose, e efeito prolongado por uma semana. Agora, mais estudos clínicos são necessários para descobrir se, de fato, a descoberta pode abrir novas portas para o tratamento da esquizofrenia ou não.
"Em humanos, obviamente, não sabemos [ainda], mas em camundongos sim, é suficiente para tratar a maioria dos déficits de esquizofrenia", afirmou à Newsweek o biólogo molecular e coautor da pesquisa, Jean-Philippe Pin. Ele acrescenta que atualmente os medicamentos para esquizofrenia "tratam bem os sintomas, mas menos os déficits cognitivos".
"Esta pesquisa confirma o potencial dos nanocorpos como uma nova estratégia terapêutica para atuar no cérebro, com seu uso eventualmente sendo ampliado para incluir o tratamento de outras doenças neurológicas", destaca em comunicado o Instituto de Genômica Funcional, por fim.

