Lilia Moritz Schwarcz é eleita para a Academia Brasileira de Letras

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A historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz foi eleita pela Academia Brasileira de Letras (ABL) para ocupar a cadeira número nove, tornando-se a 11ª mulher a fazer parte da organização desde sua fundação há 127 anos. A eleição aconteceu nesta quinta-feira (7), com 24 votos favoráveis dos 38 acadêmicos aptos a participar da votação.
A vaga para a cadeira número nove foi aberta em dezembro passado, após a morte do historiador Alberto da Costa e Silva, especialista em cultura africana. A proximidade afetiva e intelectual entre Schwarcz e Costa e Silva foi um dos fatores que levaram a historiadora a candidatar-se à vaga.
A ABL possui uma tradição de preencher cadeiras vagas com nomes cujo perfil seja de alguma forma similar ao de seus antecessores. Schwarcz é uma escritora premiada, tendo vencido o Prêmio Jabuti por pelo menos cinco vezes. Entre suas obras estão "As Barbas do Imperador", "Lima Barreto - Triste Visionário", "Dicionário da Escravidão e da Liberdade", com Flávio dos Santos Gomes, e "Brasil: Uma Biografia", com Heloisa Starling. Além disso, ela é uma das fundadoras da editora Companhia das Letras.
A pesquisadora concorreu com outros seis escritores pela cadeira. Telles Ribeiro, conhecido por ser diplomata aposentado e autor de diversos romances, e Ney Suassuna, ex-senador que foi ministro durante o governo Fernando Henrique Cardoso e primo do imortal Ariano Suassuna, são os mais conhecidos entre os concorrentes.
A eleição de Lilia Moritz Schwarcz é uma resposta à demanda crescente por uma maior representatividade feminina na ABL. Fundada em 1897 por Machado de Assis, a instituição só passou a aceitar mulheres como membros em 1980, quando a escritora Dinah Silveira de Queiroz foi eleita. Atualmente, a academia conta com a presença de quatro mulheres: Rosiska Darcy de Oliveira, Ana Maria Machado, Fernanda Montenegro e Heloisa Teixeira.
Além de suas atividades literárias, Schwarcz também é professora sênior do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP), onde dá aulas, e professora convidada na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Ela também é membro do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan e do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da República.



