Home
Estilo de Vida
Estudo sugere que alterações do Sol influenciam infartos no Brasil; entenda!
Estilo de Vida

Estudo sugere que alterações do Sol influenciam infartos no Brasil; entenda!

publisherLogo
Aventuras Na História
03/07/2025 17h55
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/rss_links/images/50839/original/Aventuras_na_Histo%CC%81ria.png?1764190102
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

Uma nova pesquisa divulgada na revista Communications Medicine destaca uma potencial conexão entre as tempestades solares e o aumento da incidência de infartos do miocárdio, especialmente entre o sexo feminino.

Realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estudo analisou dados coletados pela rede pública de saúde de São José dos Campos, em São Paulo, durante um período de intensa atividade solar entre 1998 e 2005.

O foco principal da investigação foram as internações hospitalares por infarto, englobando informações de 871 homens e 469 mulheres. Para complementar a análise, os pesquisadores utilizaram o Índice Planetário (Kp-Index), que mede variações no campo geomagnético da Terra.

"Classificamos os dias de acordo com suas condições geomagnéticas: calmos, moderados ou perturbados. Os dados sobre as internações foram organizados levando em conta o sexo e diferentes faixas etárias [até 30 anos; entre 31 e 60; acima de 60 anos]. É importante notar que a incidência de infartos é quase duas vezes maior entre os homens, independentemente das condições do campo magnético.

No entanto, a taxa relativa de infartos em mulheres se mostra significativamente mais alta durante períodos de perturbação geomagnética, especialmente na faixa etária entre 31 e 60 anos, onde chega a ser três vezes maior.

Assim, nossos achados sugerem uma maior vulnerabilidade feminina a essas condições geomagnéticas", explicou à CNN Luiz Felipe Campos de Rezende, pesquisador do Inpe e autor correspondente do estudo.

As perturbações no campo magnético da Terra são provocadas pelo vento solar ao interagir com a magnetosfera terrestre. Essas interferências já são amplamente reconhecidas por seus efeitos negativos sobre sistemas de comunicação via satélite e tecnologia GPS.

Desde a década de 1970, pesquisas realizadas principalmente no hemisfério Norte indicam que partículas magnéticas liberadas pelo Sol podem impactar a saúde humana, especialmente o sistema cardiovascular.

Alterações na pressão arterial, ritmo cardíaco e até no ciclo circadiano – responsável por regular o sono e outras funções biológicas – têm sido sugeridas como possíveis mecanismos subjacentes, embora ainda permaneçam como questões não totalmente resolvidas.

De acordo com Rezende, esta pesquisa representa a primeira investigação sobre o tema nas latitudes brasileiras, mas não deve ser considerada definitiva.

"A intenção não é alarmar a população, principalmente as mulheres. Existem limitações a serem levadas em conta: trata-se de um estudo observacional realizado em uma única cidade com uma amostra ainda insuficiente para questões médicas mais abrangentes. Entretanto, acreditamos que esses resultados oferecem uma contribuição significativa ao debate científico", ressaltou.

Além disso, este estudo se destaca como um dos poucos que indica uma maior suscetibilidade das mulheres às flutuações geomagnéticas. As causas desse fenômeno não foram abordadas na pesquisa e necessitam de investigações futuras.

Não encontramos referências significativas na literatura atual sobre isso. É uma área que precisa ser explorada", acrescentou Rezende.

Previsão e Prevenção

O Sol passa por ciclos regulares de atividade magnética que duram cerca de 11 anos. Espera-se que entre o final de 2024 e início de 2025 ocorra um período conhecido como "máximo solar", quando a atividade magnética atinge seu pico.

Especialistas preveem que 2025 será marcado por alta atividade solar; no entanto, as perturbações no campo magnético da Terra ocorrem de maneira irregular. O Inpe mantém um site dedicado ao monitoramento dessas variações.

"Cientistas têm globalmente trabalhado para prever as perturbações geomagnéticas, mas a precisão atual das previsões ainda é limitada. Quando essa capacidade melhorar - e se os impactos das anomalias magnéticas sobre a saúde cardíaca forem confirmados - poderemos considerar estratégias preventivas sob a perspectiva da saúde pública, especialmente para aqueles que já enfrentam problemas cardíacos", concluiu Rezende.

icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também