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Larvas eram parte importante da dieta dos neandertais, aponta estudo
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Larvas eram parte importante da dieta dos neandertais, aponta estudo

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Aventuras Na História
28/07/2025 14h37
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Uma nova pesquisa publicada na revista Science Advances trouxe à tona informações surpreendentes sobre a dieta dos neandertais, sugerindo que esses hominídeos tinham uma alimentação mais diversificada do que se acreditava anteriormente. Além de mamíferos e aves, eles também incluíam frutos do mar, plantas e até larvas em seu cardápio.

Realizado por uma equipe de pesquisadores de diversas instituições dos Estados Unidos, o estudo revela que os neandertais não apenas caçavam suas presas, mas também armazenavam carne por longos períodos, priorizando as partes mais gordurosas e as larvas que infestavam as carcaças em decomposição.

Tradicionalmente, acreditava-se que os neandertais eram "hipercarnívoros", ocupando o topo da cadeia alimentar ao lado de grandes predadores como leões e tigres dente-de-sabre. Contudo, John Speth, professor de Antropologia na Universidade de Michigan, argumenta que essa visão é equivocada: "Os neandertais não eram hipercarnívoros, a dieta deles era diferente", afirmou em entrevista ao The Guardian.

De acordo com o portal Galileu, a crença anterior sobre a alimentação dos neandertais estava ligada aos altos níveis de nitrogênio-15 encontrados em seus ossos. Este isótopo se acumula nos organismos conforme eles metabolizam proteínas, resultando em uma concentração maior nos carnívoros em comparação aos herbívoros. No entanto, os pesquisadores questionaram se os neandertais realmente poderiam consumir a quantidade necessária de carne para justificar tais níveis elevados.

Speth destaca que humanos possuem um limite tolerável de consumo proteico em torno de quatro gramas por quilo de peso corporal, enquanto animais como leões conseguem processar entre duas a quatro vezes essa quantidade sem dificuldades.

Intrigados pela questão das larvas na dieta dos neandertais, os especialistas começaram a investigar seu papel com base no consumo dessa proteína por diversas culturas indígenas contemporâneas.

A Dra. Melanie Beasley, da Universidade Purdue e uma das autoras do estudo, analisou a presença de nitrogênio-15 tanto em músculos em putrefação quanto nas larvas associadas a esses tecidos. Seus resultados mostraram que o nitrogênio pesado aumentava conforme o músculo se deteriorava, sendo ainda mais concentrado nas larvas.

Esse fenômeno sugere que os altos níveis de nitrogênio-15 nos ossos dos neandertais não derivam do consumo excessivo de outros carnívoros, mas sim do consumo das larvas ricas em nutrientes presentes nas carcaças armazenadas por eles.

Um desafio

A professora Karen Hardy, da Universidade de Glasgow e consultada pelo periódico britânico, expressou sua surpresa com as conclusões do estudo. Segundo ela, a descoberta desafia as noções ocidentais sobre alimentação: "Em outras partes do mundo, uma vasta gama de coisas é comida, e larvas são uma ótima fonte de proteína, gordura e aminoácidos essenciais", declarou.

Hardy acrescentou: "É uma obviedade para os neandertais: coloque um pouco de carne, deixe por alguns dias, depois volte e colha suas larvas. É uma maneira muito fácil de conseguir uma comida nutritiva."

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