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Até quando a solitude é considerada saudável? Estudo responde
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Até quando a solitude é considerada saudável? Estudo responde

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Bons Fluidos
02/11/2025 17h00
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Ficar sozinho nem sempre significa estar triste. Às vezes, é o oposto. Para muitas pessoas, esses momentos de silêncio e recolhimento representam uma pausa necessária diante do ritmo acelerado da vida moderna. Mas há um ponto em que o bem-estar da solitude se transforma na dor da solidão?

Uma pesquisa da Universidade do Arizona, publicada no Journal of Research in Personality, trouxe respostas inéditas para essa questão, combinando psicologia e tecnologia para entender como o isolamento realmente afeta a mente humana.

O ponto em que o “estar só” vira “sentir-se só”

Os pesquisadores acompanharam adultos de diferentes idades, registrando fragmentos sonoros de suas rotinas por meio de um aplicativo. Essa ferramenta permitiu medir com precisão quanto tempo cada pessoa passava em companhia ou sozinha, e o resultado surpreendeu: em média, as pessoas passavam 66% do tempo sozinhas, mas os sintomas emocionais de solidão só apareciam de forma marcante quando esse índice ultrapassava 75%.

“Estamos descobrindo que estar fisicamente sozinho não é sinônimo de solidão emocional”, explica o psicólogo David Sbarra, autor sênior do estudo. “São experiências conectadas, mas não equivalentes. O contexto, a idade e o significado dado àquele tempo sozinho fazem toda a diferença.” Em outras palavras, a solidão não está no silêncio. Está na falta de sentido do silêncio.

Um olhar inovador sobre o comportamento social

O diferencial do estudo está na metodologia. Em vez de questionários ou memórias imprecisas, os cientistas usaram gravações de 30 segundos a cada 12 minutos ao longo do dia (com total consentimento dos participantes). Essa abordagem revelou uma visão realista da rotina social, sem interferir no comportamento natural.

Os resultados mostraram que, mesmo entre quem passava a maior parte do tempo sozinho, apenas 3% relatavam solidão constante – o que reforça que estar só é uma experiência subjetiva, influenciada pelo modo como cada pessoa encara o próprio isolamento.

Solitude entre gerações: um espelho emocional

Ao comparar diferentes faixas etárias, o estudo revelou dois padrões emocionais distintos:

  • Jovens tendem a lidar melhor com o tempo sozinhos, enxergando nele uma oportunidade de descanso, foco ou autoconhecimento;
  • Idosos, por outro lado, mostram maior vulnerabilidade: quanto mais tempo sozinhos, maior o risco de sentirem tristeza e desconexão.

Essa diferença, segundo os pesquisadores, reflete as transformações emocionais do envelhecimento, quando as redes sociais tendem a se estreitar e o convívio diário diminui.

Quando o isolamento ameaça a saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconhece a solidão como um fator de risco comparável ao tabagismo e à obesidade. O isolamento prolongado pode aumentar a probabilidade de doenças cardíacas, depressão, declínio cognitivo e mortalidade precoce. O estudo da Universidade do Arizona reforça esse alerta, mostrando que o limite entre solitude e solidão é mais estreito do que parece, especialmente na velhice.

Como transformar a solitude em aliada

Os especialistas lembram que o segredo está no equilíbrio: o tempo sozinho deve nutrir, não enfraquecer. Algumas atitudes simples podem ajudar:

  • Mantenha vínculos: converse regularmente com familiares e amigos;
  • Participe de grupos: envolva-se em atividades coletivas que tragam propósito e pertencimento;
  • Renove conexões: criar novos laços é tão importante quanto manter os antigos;
  • Cuide da mente: procure ajuda se perceber sinais persistentes de tristeza, desânimo ou isolamento.

A principal mensagem do estudo é clara: estar só não é um problema, desde que o silêncio seja preenchido de sentido. Momentos de solitude podem ser profundamente curativos, favorecendo a introspecção e o equilíbrio emocional. Mas quando o isolamento deixa de ser escolha e passa a ser consequência, ele se torna um alerta.

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