Tendência da Internet incentiva jovens a parar de usar protetor solar; veja perigos
Bons Fluidos

Uma pesquisa rápida sobre as hashtags #AntiSunscreen e #NoSunscreen revelará a nova tendência entre os jovens: evitar o uso de protetor solar. Em uma série de vídeos, que somam mais de 18 milhões de visualizações, os criadores de conteúdo defendem que abandonar o creme pode beneficiar não somente a pele, como o meio ambiente.
“Eu me recuso a acreditar que o sol faz mal”, afirmou um internauta, em uma postagem no TikTok.
Como o movimento anti-protetor solar surgiu?
De acordo com os especialistas, a tendência começou em 2019, após a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, financiar estudos para investigar algumas substâncias presentes na composição dos protetores solares.
Como consequência, os jovens iniciaram um movimento nas redes socias em que incentivam a substituição do creme por produtos naturais, como óleos e manteigas vegetais. Dessa forma, conforme apontam os vídeos, seria possível proteger o corpo e o meio ambiente de supostos tóxicos, enquanto garantem uma pele bronzeada.
No território nacional, a prática se popularizou, principalmente, entre os adultos. Segundo um levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia, publicado há seis anos, mesma época em que a tendência chegou aos norte-americanos, cerca de seis milhões de brasileiros não usam qualquer tipo de proteção na exposição ao sol. Isso porque muitos acreditam que os produtos podem atrapalhar a absorção de vitamina D, além de afirmarem que a pele já possui uma barreira natural.
Por isso, no lugar do filtro, passaram a utilizar protetores feitos em casa. Especialistas, no entanto, contraindicam o método. “Esses produtos são perigosos por dois motivos: podem causar reações inesperadas e não proteger adequadamente”, esclareceu a diretora da SBD, Cláudia Alcântara, ao ‘O Globo’.
Os principais riscos da prática
De acordo com dermatologistas, o uso de cremes naturais potencializa o dano térmico pela absorção de calor, o que desencadeia acne ou dermatite. Ademais, tanto a falta de protetor solar quanto a sua substituição por cosméticos sem eficácia comprovada acelera o envelhecimento precoce e aumenta as chances de desenvolver câncer de pele.
“Por outro lado, provamos que o filtro ajuda a evitar a doença. Dois importantes estudos australianos mostraram que o melanoma foi reduzido em 50% e o carcinoma de células escamosas em 40% naqueles que usaram protetor. Proteger sua pele do sol desde cedo e manter essa proteção de forma consistente ao longo da vida é a melhor maneira de prevenir o câncer”, aconselhou a professora assistente de dermatologia na Harvard Medical School, Elizabeth Buzney, em entrevista ao ‘Skin Cancer Foundation’.
