Zanzibar, na Tanzânia, tem mar azul-turquesa, melhor resort da África e “hakuna matata”
Rota De Férias
A pouco conhecida Zanzibar é palco do melhor resort da África e quinto melhor hotel do mundo, de acordo com o World’s Best Awards 2025, respeitado prêmio de turismo concedido pela famosa publicação Travel + Leisure – a mesma que, recentemente, estampou Anitta na capa e apontou o Brasil como destino a ser visitado em 2026. E o luxuoso Elewana Kilindi Zanzibar, de fato, não poderia ficar em lugar melhor: o arquipélago da Tanzânia guarda não apenas algumas das praias mais idílicas do planeta, banhadas pelas águas azul turquesa do Oceano Índico, como também uma cultura singular e uma atmosfera que favorece, e muito, o romantismo.
Enquanto destinos como Maldivas, Seychelles e Ilhas Maurício tornaram-se sonho de consumo de casais em lua de mel nos últimos anos, Zanzibar manteve-se ao ostracismo – ao menos no radar dos brasileiros. Isso porque europeus (sobretudo italianos) e americanos já descobriram há tempos que o arquipélago onde nasceu Freddie Mercury, líder falecido da banda Queen, quando a região ainda era um protetorado britânico, tem tantos predicados – ou até mais – que as “vizinhas” famosas.
Mais do que se deparar com uma natureza abençoada, quem vai até lá tem contato com povos que fazem questão de preservar e difundir suas tradições. A maioria dos zanzibaritas se identifica como suaíli, etnia da costa leste africana com forte influência islâmica (a religião principal é mulçumana) e uma língua que mistura traços árabes, persas, indianos e até portugueses. O resultado são termos e palavras que soam gostosamente aos ouvidos, como jambo (olá) asante sana (muito obrigado), karibu sana (muito bem-vindo ou de nada) e o famoso hakuna matata (sem problemas, tudo certo), imortalizado em “O Rei Leão” e usado por lá nas mais variadas situações.
Pelas praias de Zanzibar também é comum encontrar descendentes dos masai, povo seminômade que vive sobretudo no norte da Tanzânia e no Quênia e é conhecido pelo uso de vestes coloridas, com predominância de vermelho e preto. A presença deles nas áreas turísticas, entretanto, é polêmica entre as autoridades e os visitantes, uma vez que, embora sejam quase sempre educados e haja pouco registro de violência, eles costumam abordar de forma ostensiva (embora sem tocar) quem passeia pela região, sempre em busca de vender um serviço ou favor.
Foi em busca de ver todas essas peculiaridades de perto que embarquei empolgadíssimo com minha esposa em Joanesburgo, na África do Sul, que tem voos diretos desde São Paulo, rumo a Unguja, a principal das duas maiores ilhas que formam Zanzibar (a outra é Pemba), na costa oeste da África. E como se não bastasse ir a um dos lugares mais lindos e curiosos do planeta, meu objetivo era justamente descobrir porque o melhor resort da África, cujo valor das diárias pode ser conferido aqui, fica lá e o que ele tem de tão especial.
Kilindi Zanzibar: o melhor resort da África
É possível observar o pôr do sol desde a piscina privativa de alguns pavilhões | Paulo Basso Jr.
Do Aeroporto Internacional Abeid Amani Karume, em Zanzibar City, principal cidade do arquipélago, é preciso pegar um transfer (oferecido por agências locais ou pelo próprio hotel) e percorrer um trajeto de pouco mais de uma hora até o Kilindi Zanzibar, situado ao norte de Unguja.
Durante a maior parte do caminho, é impossível ficar indiferente diante da miséria da população que vive à beira da estrada e da precariedade urbana da ilha, marcada por trânsito caótico, transporte urbano superlotado (com muita gente pendurada para fora de caminhonetes, que funcionam como ônibus), comércio desregulamentado e falta de saneamento básico.
Já ao norte, onde ficam as praias mais turísticas (e mesmo nos arredores do aeroporto), o cenário vai mudando gradualmente, com locais mais estruturados e a presença, por exemplo, de grandes escolas públicas. Confesso que não consegui me desconectar de tudo que absorvi durante o trajeto, mas o Kilindi Zanzibar, de fato, se esforça para isso. Mais do que investir em materiais sustentáveis, o hotel aposta em programas de preservação cultural e na parceria com produtores e pescadores locais, a fim de contribuir para o desenvolvimento nos arredores.
Uma vez dentro dele, o hóspede é mimado desde o primeiro minuto. Paninhos úmidos e drinques de boas-vindas ajudam a se refrescar do calor enquanto os olhos são atraídos pelo charme da construção, que foi projetada originalmente no final dos anos 1990 como residência para Benny Andersson, um dos membros do grupo ABBA.
Não pense, porém, que o hotel ocupa uma singela casa de praia. Incrustrado em uma área de densa vegetação, de frente para o mar de Kindili, praia repleta de recifes de corais e com uma vila de pescadores, o empreendimento esbanja originalidade e mescla influências árabes, indianas, europeias e africanas, numa síntese perfeita dos diferentes povos que, ao longo da história, dominaram Zanzibar.
Feito um palacete real, conta com uma área comum, onde fica a despojada recepção, e apenas 15 acomodações que, de tão grandes, são chamadas por lá de pavilhões. Cada uma delas conta com um mordomo dedicado, responsável por tudo que você quiser ao longo da hospedagem, desde indicar o local das refeições e anotar possíveis restrições alimentares até deixar tudo pronto para você se acomodar em espreguiçadeiras ou chaise lounges à beira da piscina ou na estrutura de praia.
Nas acomodações, o banheiro mais incrível do mundo
Banheiro de acomodação no Kilindi Zanzibar: espetáculo | Paulo Basso Jr.
Os pavilhões do Kilindi Zanzibar são tão exclusivos que dá para passar a estadia toda neles sem encontrar outros hóspedes e, ainda assim, ser amplamente atendido ao lado de sua cara-metade. O conceito de privacidade por lá é levado ao extremo: cercadas por vegetação tropical e voltadas para jardins ou o mar cristalino, todas as acomodações são isoladas e integradas à natureza. No lugar de divisórias excessivas, janelas convencionais e muros altos, entram em cena cortinas de tecido leve e arcos pontiagudos que enquadram o horizonte.
Em formato de cúpulas brancas, os “quartos” têm uma atmosfera árabe, porém tropicalizada, e são divididos em dois blocos. No principal, o conforto é absoluto, com funcionalidades tecnológicas (como tomadas universais e USB), cafeteira e frigobar com bebidas à vontade – inclusive, alcoólicas. Isso sem contar uma garrafa d’água de alumínio por pessoa, uma sacola para usar na praia e um cesto para colocar roupa suja, com um detalhe: o serviço de lavanderia está incluso na diária.
A cama super king-size (ela realmente é enorme), protegida por um mosquiteiro translúcido, ocupa o centro de um ambiente decorado com móveis de madeira entalhada e tecidos claros. Dela, é possível observar o mar cristalino de Kilindi nas suítes com vista para o mar ou, ainda, frondosos jardins. Fora isso, há um armário e um lavabo discreto, que está lá apenas para emergências. Isso porque o banheiro para valer, que é uma assinatura do resort, fica no segundo andar do bloco localizado no pátio interno. E aqui, devo dizer: é um dos mais surpreendentes que vi.
Após passar por uma área com mesa, cadeiras e futon, onde é possível tomar o café da manhã (ou mesmo almoçar e jantar, a depender de sua escolha), é preciso subir uma pequena escada para alcançar o ambiente, que não chega a ficar a céu aberto, mas tem tantos vãos na estrutura que transmite essa sensação. Por meio deles, é possível observar a praia ou a vegetação local, esteja você por trás de uma das pias duplas, debaixo da poderosa ducha, que fica bem ao centro do cômodo, ou onde mais achar conveniente (como do vaso sanitário).
E olha que todo pavilhão ainda tem uma ou mais piscinas privativas. O meu, por exemplo, tinha duas: uma no pátio interno e outra na sacada do quarto propriamente dito, voltada para a praia. Ao lado dela, duas espreguiçadeiras esparramadas em um deque de madeira, de onde me peguei com uma água de coco na mão observando o pôr do sol no mar (a praia de Kilindi está voltada para o oeste da ilha) poucas horas depois do check-in, compunham um cenário altamente convincente de que, sim, eu estava no melhor resort da África.
Pouca gente, muito lazer
Conjunto de piscinas do Kilindi Zanzibar fica de frente para o mar | Paulo Basso Jr.
Não dá vontade de sair dos pavilhões, mas a verdade é que o Kilindi Zanzibar conta com ótimas áreas comuns que, por incrível que pareça, reforçam a sensação de exclusividade. Isso porque o resort não é grande e tem um projeto arquitetônico que privilegia a tranquilidade, evitando aglomerações e mantendo um número reduzido de hóspedes em cada ambiente.
O ponto central é o conjunto formado pela piscina principal, em formato de “T”, e um deque frontal que abriga mais um pequeno espelho d’água. Voltada para o mar, a área é envolvida por espreguiçadeiras e guarda-sóis que se projetam sob a sombra de palmeiras e baobás, onde há sempre muitos pássaros e macaquinhos (curiosamente, muito comportados). O visual por lá “muda de cor” ao longo do dia, indo do azul-turquesa intenso ao laranja do pôr do sol, o que se torna um belo convite para quem deseja, ao menos de vez em quando, ver uma carinha diferente durante a hospedagem.
Próximo à piscina, há um restaurante-bar que oferece desde pratos elaborados até drinques em qualquer momento do dia. O atendimento segue o mesmo padrão personalizado do restante do hotel. Tudo é ajustado ao ritmo do hóspede. Cismou que quer beber uma caipirinha? Arrisque pedir. Ela pode vir com açúcar mascavo, mas é saborosa. Assim como o mojito, o daiquiri, a cervejinha ou o suco de frutas.
Outro lugar para ser mimado é o spa. Instalado em uma área silenciosa, entre jardins e fontes de água, o espaço oferece terapias individuais ou para casais inspiradas em práticas africanas e indianas. Há duas salas de massagem, ambas abertas (o som ambiente vem da natureza), sendo que uma delas tem vista parcial para o mar. Uma butique com produtos típicos africanos, como artesanato, roupas e assessórios, completa o espaço.
Sabores de Zanzibar
Alguns jantares são prepardos em mesas postas ao lado da piscina principal | Paulo Basso Jr.
Com tudo incluso – com exceção de um ou outro prato, como caviar, e bebidas premium –, comer bem é parte essencial da experiência no Kilindi Zanzibar. O hotel adota um conceito de gastronomia flexível, em que o hóspede escolhe o local e o horário das refeições durante o dia. É possível tomar o café da manhã no pátio da acomodação ou na piscina privativa (ele vem em uma bandeja flutuante) e almoçar no restaurante ou à beira da piscina principal, sem precisar seguir qualquer rotina pré-estabelecida.
O jantar também pode ser servido no pavilhão, mas a dica é deixar-se ser surpreendido pelas propostas do mordomo (ou mordoma, no meu caso), que mudam a cada noite. Os ambientes são românticos, como em meio a um jardim (onde, vez por outra, também há aulas de gastronomia), a luz de velas ao lado da piscina ou iluminado por lampiões em um espaço montado na praia, sempre com as mesas enfeitadas com flores.
A cozinha mistura ingredientes locais com técnicas internacionais. Há um cardápio fixo que prioriza produtos frescos, vindos de pequenos produtores da ilha. Peixes (como pargo e kingklip) e frutos do mar (inclusive camarões enormes) são a base das receitas, mas há também cortes de carne, massas, sopas e opções veganas, além de sobremesas (doces variados, frutas e queijos). Em alguns jantares, é oferecido um menu especial. Quando eles são organizados na praia, por exemplo, espetinhos de frango e lagostas são preparados em churrasqueiras, seguidos de petit gâteau com sorvete de coco.
Com tudo isso, você até pode, se quiser, fazer qualquer refeição do dia no restaurante principal, mas na prática ele acaba funcionado mais como bar. O destaque ali, como mencionei, são os drinques clássicos preparados com frutas da região, como maracujá e manga. À noite, o ambiente ganha velas e iluminação baixa, o que o torna convidativo para um vinho, uma Amarula ou, ainda, mais uma água de coco.
A praia de Kilindi e o pôr do sol na África
Pôr do sol na praia de Kilindi, em Zanzibar | Paulo Basso Jr.
Os mimos do Kilindi Zanzibar se estendem para a estrutura de praia oferecida pelo hotel. Embora seja simples, a área conta com chaise lounges e serviço de bar. Há sempre um segurança no pedaço e algum masai contratado pelo próprio resort para fazer fotos e interagir com os hóspedes. Tentei conversar com um deles, que se apresentou como “Richard”, mas não falava inglês. Valeu pela simpatia.
Uma vez na praia, também dá para praticar atividades físicas, já que estão incluídos na diária alguns equipamentos de mergulho, como snorkel e pé de pato, além de caiaque e stand up paddle. Ou ficar de boa, especialmente durante o pôr do sol, que é sempre especial na África e, especialmente em Kilindi, transforma a água do mar em um magnífico espelho brilhante diante do sol alaranjado.
Quem quiser também pode contratar passeios de barco organizados pelo hotel para ver o astro-rei se despedir no Oceano Índico (bem como em outros horários do dia). O tour pode ser feito de catamarã ou em um dhow, veleiro de madeira típico indiano. Há muito deles na região, bem como outras embarcações usadas pelos pescadores da vila que fica bem ao lado do Kilindi Zanzibar.
É uma delícia, por sinal, observar o movimento deles durante todo o dia na praia, cujo visual, marcado pela presença maciça de recifes de corais, remete a Caraíva ou à Praia do Espelho, na Bahia. Para quem não conhece, isso significa um mar que mais parece uma piscina, calmo e raso por uma extensa faixa, com muitos tons de verde. O azul-turquesa que preenche os cartões-postais de Zanzibar, bem como as areias finas e brancas feito talco, não são vistos ali, mas não há com o que se preocupar. Eles ficam bem mais perto do que se imagina.
Kendwa e Nungwi, as praias com águas azul-turquesa
Garotos masai em Kendwa, Zanzibar | Paulo Basso Jr.
Parte do segredo de o Kilindi Zanzibar ter sido apontado como o melhor resort da África e quinto melhor hotel do mundo vem justamente da localização. Por conta da presença da vila de pescadores, o trecho de areia à sua frente – que é público, como todos os outros do arquipélago, uma vez que praias privadas são proibidas por lá – é pouco frequentado pela massa turística, que prefere se concentrar nas vizinhas Kendwa e Nungwi. É nelas, porém, que você encontra as paisagens mais espetaculares da ilha, graças aos tons cintilantes de azul do mar, um dos mais bonitos do planeta.
Kendwa está a apenas 10 minutos de caminhada do Kilindi Zanzibar. É preciso atravessar a vila de pescadores para chegar lá. O trajeto é seguro, mas é praticamente impossível não ser abordado por comerciantes (há muitas barracas de artesanato e roupas, além de restaurantes) ou mesmo algum menino masai ao longo do caminho. Caso não queira corresponder, basta agradecer e seguir andando. Outro aparecerá logo depois e mais algum adiante.
Não tem jeito, faz parte da cultura local. Muita gente se incomoda, mas o fato é que eles estão ali tentando trabalhar e sobreviver, escancarando a desigualdade social tanzaniana.
Encantou-me o fato de Kendwa realmente ter uma natureza privilegiada, com muitos peixinhos e estrelas do mar no rasinho, além de uma larga faixa de areia com recortes que emprestam um movimento especial ao cenário. Mas decepciono-me bastante, devo confessar, a falta de educação ambiental. Há muita sujeira e ruído por todos os lados, com plásticos espalhados, barcos motorizados (inclusive alguns que imitam carros), jet skis, brinquedos na água e até mesmo grupos de hidroginástica. E olha que não costumo me importar com música alta, hein.
A bagunça generalizada segue até o final da praia, onde há um píer que avança sobre o oceano e abriga alguns restaurantes. Dali para frente, a faixa de areia se estreita até praticamente desaparecer, com o mar avançando diante de pequenas falésias. Essa é a premissa de que você está chegando a Nungwi, a cerca de 45 minutos a pé desde Kilindi.
Repleta de hotéis e restaurantes, a praia não é muito diferente de Kendwa: linda de morrer, com as águas mais turquesas que você pode sonhar, mas com varais de cangas estendidos nas rochas, quadros à venda, ambulantes oferecendo bijuterias ou camisas de time, grupos de masai em busca de um trocado e excesso de informação visual.
É uma pena, pois é um dos trechos litorâneos mais espetaculares do mundo, mas após um tempo ali, é natural que você, mesmo compreendendo a situação e tentando ajudar de alguma forma, queira voltar para o conforto do hotel. Ou seguir para outras paragens.
Cidade de Pedra, cravos e atóis
É possível fazer passeios em embarcações típicas chamadas de dhow | Paulo Basso Jr.
No próprio Kilindi Zanzibar é possível contratar passeios que exploram outras regiões do arquipélago africano. Um dos mais procurados é o que leva até Stone Town (Cidade de Pedra), bairro de Zanzibar City tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade. O roteiro inclui visita a mercados de especiarias, mesquitas e edifícios coloniais que revelam a mistura de influências árabes, africanas e indianas responsáveis por moldar a cultura local. Outro ponto que sempre desperta interesse é a casa onde Freddie Mercury nasceu, hoje um dos endereços mais fotografados da ilha.
De Stone Town, que fica a cerca de uma hora de carro de Kilindi, é possível fazer alguns passeios de barco, como o que leva a Changuu, mais conhecida como Prison Island. Lá, é possível observar tartarugas gigantes e fazer snorkeling.
Outro tour famoso é o que tem como destino um banco de areia chamado Nakupenda. Cercado pelas águas mais translúcidas de Zanzibar, é um ótimo local para mergulhar em meio a peixes coloridos. Os pacotes, em geral, duram meio dia ou o dia todo e incluem um almoço com frutos do mar.
Quem busca algo diferente pode visitar alguma das fazendas de especiarias do arquipélago, famoso pelo cultivo de cravo, canela, noz-moscada, cardamomo e baunilha, introduzidas pelos árabes e importantes para a economia local até hoje. Os roteiros passam por plantações, onde há degustações e a chance de comprar produtos frescos diretamente dos agricultores.
Para quem não deseja se afastar muito do Kilindi Zanzibar, a dica é contratar o passeio de barco que leva até o Atol de Mnemba, famoso pela abundante vida marinha. No trajeto, não é incomum avistar golfinhos. E o melhor de tudo é saber que, na volta, você poderá tomar uma ducha em um dos banheiros mais espetaculares do mundo e seu quarto estará lindamente arrumado, com docinhos, lençóis dobrados em formato de coração e flores por todos os lados.
Mussa, o camareiro do meu pavilhão, inclusive, deixou uma longa e carinhosa mensagem de próprio punho antes do check-out agradecendo por tudo, como se não fosse eu que tivesse de estar grato por ter sido tratado com tanto esmero. Já Lilian, a mordoma, fez questão de saber se tinha algo a melhorar e se todos os meus desejos haviam sido atendidos. “Hakuna matata”, respondi a ela. Afinal no melhor resort da África, explanar que “está tudo certo e não há problemas” é praticamente um mantra.
O que saber antes de ir a Zanzibar
Estrutura de praia do Kilindi Zanzibar | Paulo Basso Jr.
Listei aqui tudo que gostaria que tivessem me dito antes de viajar para Zanzibar. Essas dicas e recomendações, certamente, podem evitar surpresas e tornar a experiência melhor.
Documentação
Brasileiros precisam de passaporte com validade mínima de seis meses e visto para entrar na Tanzânia, que pode ser obtido online neste site. Faça o pedido com pelo menos 30 dias de antecedência.
Seguro obrigatório
Para quem vai a Zanzibar, é obrigatório fazer o seguro oficial oferecido pelo órgão de turismo do arquipélago, disponível aqui. Um QR Code será gerado e cada pessoa deve apresentá-lo impresso durante o processo de imigração (vai entender!).
Reserva do hotel
Quarto do Kilindi Zanzibar com vista para o mar | Paulo Basso Jr.
O Kilindi Zanzibar está disponível no Booking. Acho prático usar a plataforma para fazer reservas, pois as informações estão em português e, muitas vezes, há opções de cancelamento sem custo. Numa viagem longa rumo à África, isso pode ser essencial. Confira aqui os valores na época em que pretende ir a Zanzibar.
Como chegar
Zanzibar fica na costa oeste da África. Partindo de São Paulo, é possível chegar lá voando com conexões em Joanesburgo (África do Sul), Luanda (Angola), Doha (Catar) e Dubai (Emirados Árabes). Compare opções de passagens aqui.
Moeda
A moeda oficial de Zanzibar é o xelim tanzaniano, mas dólares e cartões são aceitos em muitos estabelecimentos ligados ao turismo. Ainda assim, é útil ter dinheiro local para pequenas compras e gorjetas. Eu costumo fazer câmbio na Conficence, pois acho mais confiável.
Preços
Os preços no arquipélago, em geral, são caros; Kilindi Zanzibar, as refeições estão incluídas | Paulo Basso Jr.
Os preços tendem a ser altos por conta do isolamento do arquipélago, do transporte de produtos vindos do continente e do forte apelo turístico. É difícil encontrar tours, por exemplo, por menos de US$ 150. Você pode contratá-los no hotel ou reservar antecipadamente em sites confiáveis, como GetYourGuide e Civitatis.
Cultura e idioma
Zanzibar é formada por diversos povos de origem africana, árabe e sul-asiática, uma mistura que se reflete na língua, na comida e no estilo de vida. A população é bastante hospitaleira e adorar disseminar a cultura local, sempre saudando o visitante com palavras e termos como jambo (olá) asante sana (muito obrigado) e hakuna matata (sem problemas, tudo certo).
Economia e condições sociais
A economia local depende do turismo, da pesca e das especiarias, especialmente o cravo. Apesar do movimento constante de visitantes, muitos moradores vivem com recursos limitados. A miséria vista no caminho entre o aeroporto e o norte da ilha, onde estão as praias de Kilindi, Kendwa e Nungwi, é altamente impactante, inclusive em relação à falta de saneamento básico.
Religião e roupas
Biquínis e trajes ocidentais podem ser usados normalmente nas praias | Paulo Basso Jr.
A maior parte da população de Zanzibar é muçulmana. Por isso, recomenda-se evitar demonstrações de afeto em público, como beijos, especialmente nas áreas mais tradicionais.
Por conta da religião, é comum ver mulheres usando burca ou hijab no dia a dia. Já nas áreas turísticas, os visitantes circulam com trajes ocidentais sem qualquer dificuldade. Nas praias, biquínis cavados, maiôs e sungas são amplamente aceitos.
Trânsito
Não saia em cima da hora. O trânsito, de mão inglesa, é caótico, com motoristas que pouco respeitam as faixas, muitas motocicletas (inclusive carregando atuns enormes no bagageiro), tuk tuks e caminhonetes que atuam no precário transporte público, com muita gente na caçamba – e pendurada do lado de fora.
Segurança
O arquipélago é seguro para turistas, mas é bom manter atenção em áreas movimentadas, como as praias mais populares. Respeitar a cultura local, entender a abordagem massiva dos masai, negociar preços com calma e evitar ostentação ajudam a garantir uma experiência mais tranquila.
Acorde cedo
Praia de Kilindi pela manhã | Paulo Basso Jr.
As praias ao norte da ilha de Unguja, a principal de Zanzibar, exibem algumas das paisagens mais lindas do planeta, com um mar que varia entre tons de azul-claro e verde-esmeralda. Esse fenômeno ajuda a explicar por que o litoral do arquipélago está entre os mais fotografados do Oceano Índico e serve de palco para o Kilindi Zanzibar, o melhor resort da África.
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