IPHAN reconhece inédito sítio arqueológico, com artes rupestres, encontrado na Bahia

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Dois sítios arqueológicos localizados na zona rural de Tucano, município do nordeste da Bahia, passaram recentemente por vistoria técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para serem oficialmente catalogados.
As áreas foram descobertas entre outubro de 2024 e janeiro de 2025 pelo historiador André Carvalho, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), nas fazendas Marizá e Caldeirão.
Sobre o local
Os sítios apresentam gravuras rupestres compostas por padrões geométricos entalhados nas rochas, como linhas em zigue-zague, curvas e figuras que remetem a símbolos abstratos.
Segundo o arqueólogo Felipe Sales, da CRN-Bio Ambiental e Arqueologia, os registros pertencem à Tradição de São Francisco, manifestação cultural com datação estimada entre seis e oito mil anos, comum em regiões do Nordeste, incluindo os estados da Bahia, Minas Gerais, Sergipe, Goiás e Mato Grosso. A declaração foi repercutida pela Revista Fórum.
A tipologia foi descrita pelo arqueólogo André Prous como formada majoritariamente por grafismos abstratos, com poucas representações de animais — geralmente peixes, répteis e aves — estilizados a partir de padrões geométricos.
Os autores desses grafismos demonstravam frequentemente um senso estético apurado, com uso expressivo de cores e organização visual complexa”, escreveu Prous em artigo de 1992.
Após notificar o IPHAN sobre o achado, Carvalho recebeu parecer de achado fortuito e, nos últimos meses, a visita técnica foi finalmente realizada pelo arqueólogo Alexandre Rocha Colpas. Ele catalogou quatro sítios na região: dois com pinturas rupestres e dois com gravuras rupestres.

Colpas também se reuniu com o vice-prefeito e secretário de Cultura, Turismo e Desenvolvimento Econômico de Tucano, Robson Ferreira, para discutir estratégias de preservação e incentivo ao turismo histórico e sustentável.
A proposta inclui o distrito de Caldas do Jorro, famoso por suas águas termais sulfurosas, reconhecido oficialmente como parte de Tucano desde 2018.
O IPHAN é responsável pela proteção e valorização do patrimônio arqueológico brasileiro, atuando no tombamento de bens culturais, autorização de pesquisas, fiscalização e promoção do acesso público ao acervo arqueológico nacional.


