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Leilão de relíquias ligadas ao Buda gera indignação entre líderes budistas
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Leilão de relíquias ligadas ao Buda gera indignação entre líderes budistas

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Aventuras Na História
02/05/2025 18h05
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16518033/original/open-uri20250502-18-1lvjah4?1746209176
©Reprodução/Sotheby's
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Acadêmicos budistas e líderes monásticos criticaram duramente o leilão de um conjunto de joias antigas da Índia, descritas como relíquias ligadas ao Buda, marcado para a próxima semana em Hong Kong.

As chamadas "joias de Piprahwa" foram escavadas em 1898 pelo engenheiro britânico William Claxton Peppé em sua propriedade no norte da Índia e estão avaliadas em cerca de 100 milhões de dólares de Hong Kong (aproximadamente R$ 72 milhões).

O anúncio da casa de leilões Sotheby’s destaca a "importância religiosa, arqueológica e histórica incomparável" das gemas, que incluem ametistas, granadas, pérolas, cristais e ouro, e que, segundo registros históricos, estavam enterradas em um stupa (monumento funerário budista) datado de 240 - 200 a.C., junto a restos cremados atribuídos ao Buda.

Críticas

Para muitos budistas, a venda representa uma violação profunda de um patrimônio sagrado. "Essas relíquias preciosas não são objetos inanimados – elas estão imbuídas da presença do Buda", afirmou Ashley Thompson, professora da Universidade Soas de Londres, ao Guardian.

O Venerável Dr. Yon Seng Yeath, abade da Wat Unnalom no Camboja, também condenou o leilão, afirmando que ele "desrespeita uma tradição espiritual global e ignora o crescente consenso de que a herança sagrada deve pertencer às comunidades que mais a valorizam".

O professor Mahinda Deegalle, monge e acadêmico da Universidade Bath Spa, classificou a venda como "terrível" e uma "humilhação para um dos maiores pensadores do mundo".

As críticas também ressaltam o histórico colonial da coleção, já que a coroa britânica reivindicou a descoberta sob a Lei do Tesouro Indiano de 1878, e concedeu a Peppé permissão para reter parte das gemas.

Por outro lado, Chris Peppé, bisneto de William Claxton Peppé e atual co-proprietário das joias, defendeu a venda. "Consideramos doar as joias a templos e museus, mas isso se mostrou problemático", disse ele ao Guardian. "Um leilão parece a maneira mais justa e transparente de transferir essas relíquias para os budistas". Ele afirma que os especialistas consultados não chegaram a um consenso sobre se as joias podem ser consideradas restos corpóreos.

Segundo o 'The Guardian', a Sotheby’s declarou ter realizado a "devida diligência" quanto à autenticidade, procedência e legalidade da coleção, em linha com suas políticas e padrões do setor.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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