Violentos, pecadores e bestiais: Os cinco piores papas de todos os tempos

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Ao longo da história, a Igreja Católica já teve 266 papas. Francisco, que faleceu na última segunda-feira, 21, aos 88 anos, foi o último entre eles. Mas ao contrário do papa argentino, conhecido por sua santidade, humildade, preocupação com os pobres e compromisso com o diálogo inter-religioso, alguns outros pontífices não foram tão 'santos' assim. Conheça os 5 piores papas da história!
1. Bento IX, aquele foi papa três vezes
O papado de Bento IX (1012-1056) é marcado por algumas peculiaridades: primeiro, ele foi um dos papas mais jovens da história, sendo eleito com apenas 20 anos. Mas, o que mais chama atenção é que ele foi líder da Igreja Católica em três ocasiões diferentes, recorda a CNN.
Para começar, Bento IX foi eleito devido seu histórico familiar. Afinal, seu antecessor imediato era seu tio, João XIX; e seu pai rico garantiu sua eleição por meio de suborno. Ele também era extremamente impopular.

O The Collector aponta que ele era descrito como "um demônio do inferno", devido suas supostas acusações de assassinato, estupro e sodomização de suas vítimas. Bento IX até mesmo foi acusado de bestialidade e de promover orgias. Por conta disso, foi expulso de Roma e um novo papa foi eleito: Silvestre III.
Mas com a ajuda de apoiadores, Silvestre III foi deposto e Bento IX voltou ao poder. Pouco depois, decidiu renunciar para poder se casar com sua prima. Mas ele não apenas deixou o cargo. Não, Bento IX vendeu seu papado para seu padrinho, Gregório VI.
A história não termina aqui. Ele logo se arrependeu da decisão e retomou seu papado, fazendo com que passasse a existir três papas: ele, Silvestre e Gregório. A confusão foi tamanha que o Sacro Imperador Romano Henrique III foi chamado para intervir e decidiu começar do zero, elegendo um novo papa: Dâmaso II.
Bento IX não gostou muito da decisão e ainda se recusou a comparecer nos tribunais por suas acusações de simonia; ou seja, venda do papado. Acabou excomungado e morreu na obscuridade.
2. Urbano VI, o papa da Guerra
Urbano VI (1378-1389) é visto por muitos historiadores como a antítese do que um cristão deveria ser. Não é por menos, era visto como arrogante, violento e imprudente. Além do mais, suas decisões eclesiásticas foram questionáveis e desastrosas.
Seu papado também foi marcado por apoiar a guerra, visto que Urbano VI drenou recursos da Igreja para financiar a 'Guerra dos Oito Santos' — conflito entre as províncias florentinas e os estados papais.

Urbano VI também presidiu uma grande cisma na Igreja Católica Romana em 1378, que resultou no surgimento de papas rivais paralelos; período que durou quase quatro décadas.
O The Independent também aponta que Urbano VI era tão agressivo que, ao descobrir uma conspiração para depô-lo, mandou prender e torturar todos os envolvidos. Teria ainda reclamado com os torturadores que os gritos dos cardeais não eram altos o suficiente.
Urbano VI morreu em decorrência dos ferimentos sofridos ao cair de sua mula, aponta o The Collector. Alguns suspeitavam que ele também tivesse sido envenenado.
3. Leão X, o papa indulgente
Vindo da família Medici, Leão X (1513-1521) é outro exemplo de alguém que se tornou papa por influência familiar. Ele também foi conhecido por sua gastança imprudente.
Sendo assim, para garantir poder e arcar com seus custos, passou a conceder indulgências — quando o pecado de uma pessoa é amenizado em troca de boas ações, doações a organizações de caridade, orações específicas e peregrinação — em troca de dinheiro.

Assim, conseguiu reconstruir a Brasílica de São Pedro. Apesar disso, o abuso da prática em nome da Igreja contribui para que ele enchesse os próprios bolsos com grande parte do dinheiro de doações.
A prática de Leão X era tão controversa que foi criticado por Martinho Lutero; o que fez crescer o movimento Protestante, destaca o The Independent. Ele não conseguiu conter a reforma no exterior, mas localmente conseguiu capturar as cobiçadas províncias de Parma e Piacenza e declará-las parte dos Estados Papais.
4. Sisto IV, o papa inquisidor
Sisto IV (1414-1484) se destacou como patrono das artes. Não é para menos, visto que seu papado foi responsável pela construção da Capela Sistina e a Biblioteca do Vaticano, além dele ter ordenado a criação da Universidade de Uppsala, na Suécia — a primeira universidade escandinava, recorda o The Collector.
Responsável pelo florescimento do Renascimento, ele possui uma parte sombria em seu papado: ajudou a fundar a Inquisição Espanhola; que levou à tortura, execução e expulsão de milhares de judeus e muçulmanos que não se convertessem ao catolicismo.

Além da conversão violenta, Sisto IV também ficou marcado por casos de nepotismo e garantia que os cargos de poder fossem ocupados por amigos e familiares de confiança. Ele até participou de uma conspiração para depor a poderosa família Médici em Florença.
5. Paulo IV, o papa antissemita
Paulo IV (1476-1559) é considerado o pior papa do século 16. E não é para menos, visto que ele não só estava alheio ao progresso artístico e intelectual de sua época, como diversas vezes chegou a sugerir que derrubaria a Capela Sistina.
O The Collector também recorda que ele introduziu uma censura severa que proibia certos livros que ele considerava errôneos. Mas isso, embora escandaloso, não chega nem perto de sua pior crueldade: a criação do Gueto Romano — um local de pobreza onde os judeus eram confinados.

Lá, os judeus eram obrigados a trabalhar em empregos mal remunerados, também precisavam pagar um imposto anual para viver no gueto e eram obrigados a se submeterem a atos humilhantes para agradar os cristãos; tudo isso pelo "privilégio" de permanecer em Roma.
Caso um judeu desejasse viajar para fora do gueto, ele era obrigado a usar um chapéu amarelo — e as mulheres véus da mesma cor. Vale ressaltar que o amarelo, tradicionalmente, era associado às prostitutas. Os muros do gueto só foram demolidos em 1888.
A revolta era tanta contra Paulo IV que o povo de Roma sofreu muito e o responsabilizou por isso. Assim, quando surgiram os boatos de que ele estaria em seu leito de morte, multidões se reuniram e começaram a se revoltar, derrubando suas estátuas ou colocando chapéus amarelos sobre elas.
Os romanos também rasgaram o emblema de sua família por toda a cidade e entoaram canções zombando dele. Quando ele morreu, a preocupação de sua família foi tamanha que eles realizaram os ritos e o enterro às pressas, temendo que o corpo e o túmulo fossem dizimados.


