Home
Notícias
Wadi al-Hitan, o impressionante Vale das Baleias do Egito
Notícias

Wadi al-Hitan, o impressionante Vale das Baleias do Egito

publisherLogo
Aventuras Na História
02/07/2025 20h00
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/16553796/original/open-uri20250702-36-grjt10?1751486411
©Wikimedia Commons/Cir202
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

Muito antes que as pirâmides fossem erguidas por ordem dos faraós, o território que hoje conhecemos como Egito era o lar de imensas criaturas marinhas que nadavam em um oceano onde hoje só há areia.

Vestígios dessa era podem ser encontrados no sítio paleontológico de Wadi al-Hitan, conhecido como Vale das Baleias, que está localizado a cerca de 160 quilômetros a sudoeste do Cairo, no coração do Deserto Ocidental.

Considerado um dos locais mais impressionantes do mundo para o estudo da vida pré-histórica, o vale de 195 quilômetros quadrados é reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO.

Cemitério de baleias

Como destaca o portal National Geographic, ao contrário da efervescência histórica do Cairo ou do magnetismo turístico do Vale dos Reis, Wadi al-Hitan é silencioso e estéril. Não há sinais de vida atual — nem água, nem árvores, nem casas, apenas areia dourada se estendendo em todas as direções.

Sob ela, porém, repousa um precioso tesouro: de fragmentos de ossos espalhados a vértebras do tamanho de blocos de concreto, o local abriga um verdadeiro cemitério de baleias. Entre os restos mortais, destaca-se um enorme esqueleto de cetáceo bem preservado deitado na areia.

Fóssil encontrado no Vale das Baleias / Crédito: Wikimedia Commons/Ahmed Mosaad

"Quando os cientistas descobriram essa criatura, eles pensaram que se tratava de um réptil marinho gigantesco", disse Hesham Sallam, paleontólogo chefe do Wadi al-Hitan. "Então eles o chamaram de Basilosaurus, que significa 'lagarto rei'. Foi só mais tarde que eles perceberam que na verdade é uma baleia antiga."

Evolução

Durante o final do período Eoceno, entre 37 e 40 milhões de anos atrás, o que hoje é deserto era um oceano raso chamado Tétis. Ali nadavam baleias primitivas como o Basilosaurus e o Dorudon, cujos fósseis agora estão preservados na areia egípcia.

De acordo com a fonte, o local guarda pistas essenciais para desvendar um dos maiores mistérios da evolução: como mamíferos terrestres se transformaram nos gigantes aquáticos que conhecemos hoje.

Quando você para pra pensar, é bizarro que as baleias sejam mamíferos que respiram ar, mas vivem no oceano", diz Sallam.

"Os cientistas levantaram a hipótese de que eles devem ter se originado em terra, mas depois entraram na água e evoluíram para os gigantes que conhecemos hoje, perdendo as pernas no processo. Mas por décadas eles não tiveram provas."

Ilustração de Basilosaurus cetoides / Crédito: Wikimedia Commons/Nobu Tamura

Museu subterrâneo

Uma peça chave para responder a essa questão está no pequeno museu subterrâneo de Wadi al-Hitan. Lá, entre crânios imensos com dentes afiados, encontra-se uma das descobertas mais intrigantes da paleontologia: um par de patas traseiras minúsculas, com ossos da coxa, da canela, tornozelos e pequenos pés de palito — estruturas essas pertencentes a uma baleia que um dia habitou a terra.

Inúteis para locomoção, essas patas descobertas em 1989 são o elo que conecta os cetáceos modernos aos seus ancestrais terrestres.

"É como ser capaz de ver a evolução a olho nu e tocá-la com a mão", afirma Hesham Sallam, paleontólogo-chefe do local. "Você tem que ter cuidado por onde anda, porque há fósseis por toda parte e você nunca sabe que nova descoberta pode estar sob seus pés."

Em mais de um século de trabalho arqueológico, cerca de mil espécimes já foram identificados na região, o que faz do Vale das Baleias o maior "cemitério" de baleias do mundo.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também