Planos de saúde deverão cobrir implante anticoncepcional; saiba mais

Após decisão da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde serão obrigados a contemplar a cobertura de implante contraceptivo. A medida, aprovada na última semana, estabelece o início da oferta para 1º de setembro.

“O novo método é considerado vantajoso em relação aos já existentes por sua longa duração — age no organismo por até três anos — e alta eficácia. A iniciativa busca prevenir gestações não planejadas”, afirmou o Ministério da Saúde, em comunicado.

Inclusão no SUS e nova regra

No começo de julho, depois da determinação do órgão, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a disponibilizar o implante contraceptivo de forma gratuita. Assim, as operadoras ganharam um prazo de até 60 dias para incorporá-lo aos planos. Isso porque a legislação brasileira estabelece que os convênios ofertem todas os procedimentos incluídos na rede pública.

A partir do dia 1º de setembro, então, mulheres de 18 a 49 anos poderão solicitar o anticoncepcional tanto pelo SUS quanto pelos planos. O método, feito pela empresa Organon, tem validade de três anos. Após esse período, ele precisa ser retirado, mas quem desejar pode implantar um novo em seguida.

De acordo com o Ministério da Saúde, o acesso ao contraceptivo não somente previne gravidez indesejada, como contribui para a redução da mortalidade materna. “É um passo gigante para garantir que cada brasileiro possa escolher, de forma informada, o método que melhor se adapta à sua vida e às suas necessidades”, comemorou a diretora de Relações Institucionais da Organon Brasil, Tássia Ginciene, em entrevista ao ‘O Globo’. 

Como o implante contraceptivo funciona?

Conhecido como Implanon, o implante subdérmico contraceptivo — um pequeno bastão de plástico flexível — fica sob a pele, abaixo do braço. Dentro do contraceptivo, há 68 mg de etonogestrel, um hormônio que sai do implante e segue para a corrente sanguínea.

A ação dessa substância no corpo, por conseguinte, inibe a liberação do óvulo e dificulta a entrada dos espermatozóides. Assim, de acordo com Ginciene, consegue prevenir a gravidez com eficácia de 99,95%. O número ultrapassa o potencial de outros métodos contraceptivos, como o anticoncepcional oral combinado, a pílula de progestagênio e os injetáveis hormonais.