Brasileiro se mostra receoso com desinformação na política, aponta estudo

Um estudo realizado pelo centro de pesquisa InternetLab e divulgado nesta segunda-feira, em parceria com a Rede Conhecimento Social, revelou que os brasileiros assumem um papel ativo na verificação de informações diante da disseminação de notícias falsas. Com 6.065 entrevistados no Brasil e em outros 18 países, o levantamento aponta que a percepção de desinformação é mais prevalente em temas como eleição e política, com 37% e 27% da população brasileira acreditando que grande parte das informações são falsas, respectivamente.

De acordo com o estudo, os brasileiros constroem suas próprias redes de confiança ao selecionar, checar e compartilhar conteúdos na internet. A pesquisa destaca que a confiança nos círculos íntimos, como familiares e amigos, influencia na percepção sobre a veracidade das informações, sendo aspectos do cotidiano considerados mais confiáveis. A consultora de desinformação do InternetLab, Ester Borges, ressalta que os brasileiros confiam mais nas pessoas próximas, o que influencia a percepção sobre a credibilidade das notícias.

Os resultados revelaram que os profissionais da área de notícias e especialistas são vistos como referências para confirmar informações, mas os laços familiares e de amizade têm grande influência no Brasil, com 24% considerando familiares como fontes confiáveis e 17% apontando os amigos como referência. Em relação aos meios utilizados para obter notícias, 77% dos brasileiros afirmam recorrer a mais de uma fonte para se informar, com o Google sendo a principal ferramenta, apontado por 64% dos entrevistados. Além disso, os brasileiros preferem realizar pesquisas ativas em fontes confiáveis, antes de recorrer às redes sociais e aplicativos de mensagens.

O estudo também abordou os caminhos para evitar a disseminação de notícias falsas, com 70% dos brasileiros relatando que não compartilham conteúdos rotulados como falsos. A moderação pelas plataformas foi destacada como aspecto importante nesse processo. Em relação às fontes de informação utilizadas inicialmente, as redes sociais e aplicativos de mensagens são apontados por 59% dos entrevistados como os principais meios. Evidenciando a busca por veracidade, quase metade dos participantes afirmaram checar as informações em outras fontes posteriormente.

Os resultados do estudo "Vetores e implicações da desordem informacional na América Latina" ressaltam a importância da atuação proativa e crítica dos brasileiros na verificação das notícias. Com um cenário marcado pela desinformação, a pesquisa revela como a população está atenta e engajada na busca por informações confiáveis e na prevenção da propagação de fake news.

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