Diretora do Fed processa Trump por tentativa de demissão

Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), entrou com uma ação na Justiça nesta quinta-feira contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O processo contesta a tentativa de Trump de demiti-la, sob alegações sem provas de fraude hipotecária. Cook tomou essa medida para garantir a conclusão de seu mandato, que vai até 2038, buscando uma ordem judicial para impedir sua remoção enquanto o caso é avaliado.

A ação apresentada no tribunal federal em Washington representa um marco na luta pela independência do banco central dos EUA, responsável por definir a taxa de juros da economia americana. A disputa surge em meio a pressões de Trump sobre o Fed para reduzir as taxas de juros, o que tem sido resistido pela instituição. O embate entre a Casa Branca e o Fed aumentou com a contestação da demissão de Cook, que, se efetivada, poderia alterar o equilíbrio de forças no banco central.

Trump alegou, sem investigação formal, que Cook teria mentido em solicitações de hipotecas em 2021 para obter juros mais baixos, o que Cook nega veementemente. A tentativa de demissão por parte do presidente gerou controvérsias e levou Cook a buscar respaldo judicial para manter sua posição no Fed. A Lei do Federal Reserve exige "justa causa" para a remoção de um diretor, e a ação movida por Cook questiona a suposta base legal da tentativa de demissão.

A batalha legal entre Cook e Trump destaca a importância da independência do Fed e a resistência institucional diante das pressões políticas. A ação movida pela diretora do Fed visa garantir a continuidade de seu mandato e reforçar o princípio da autonomia do banco central. Dessa forma, o desfecho desse embate pode ter implicações significativas tanto para a estabilidade interna do Fed quanto para a relação entre o banco central e o governo dos EUA.

Cook, primeira mulher negra a integrar a diretoria do Fed em Washington, foi nomeada em 2022 pelo ex-presidente Joe Biden. Durante o processo de confirmação, ela enfrentou críticas de parlamentares republicanos, que tentaram barrar sua indicação. A ação movida por Cook evidencia a persistência do confronto político em torno das nomeações para cargos-chave nos EUA e destaca a complexidade das relações entre governo e instituições financeiras.

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