Medicamento famoso está relacionado à demência e falta de vitamina B12; entenda
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O omeprazol é um medicamento dentre os mais consumidos no mundo. Ele está presente em tratamentos de refluxo, gastrite, úlceras e acidez estomacal. Pertencente à classe dos antiulcerosos, ele reduz a produção de ácido no estômago e, quando prescrito corretamente, é seguro.
O problema começa quando o remédio é utilizado sem acompanhamento profissional, prática comum da automedicação. Estudos mostram que o uso contínuo e em altas doses pode trazer consequências sérias, como deficiência de vitamina B12, osteoporose, anemia e até aumento no risco de demência.
O que dizem os estudos
Uma pesquisa publicada na revista JAMA acompanhou mais de 25 mil pacientes com déficit de vitamina B12 e comparou seus dados com os de quase 185 mil pessoas sem o problema. Os resultados mostraram que quem fez uso prolongado de omeprazol ou medicamentos similares teve 65% mais chances de apresentar níveis baixos de B12. A carência dessa vitamina está diretamente ligada a complicações neurológicas, perda de memória e alterações cognitivas.
Outros trabalhos também sugerem impactos no metabolismo do cálcio e do ferro, aumentando a vulnerabilidade a fraturas ósseas, anemia e até problemas renais. Além disso, ao reduzir a acidez gástrica, o medicamento pode alterar a microbiota intestinal, favorecendo a proliferação de bactérias nocivas.
O papel da vitamina B12 e do ácido gástrico
De acordo com especialistas, o ácido estomacal tem funções que vão além da digestão. Ele ajuda a impedir que bactérias cheguem ao intestino e é fundamental para a absorção de nutrientes. A deficiência dessa vitamina pode causar, no futuro, por exemplo, a demência.
Segundo médicos, quem toma omeprazol com prescrição não precisa se preocupar: o monitoramento clínico permite corrigir deficiências e ajustar doses. O perigo maior está no uso indiscriminado, quando consome-se o medicamento para aliviar sintomas de azia ou dor sem investigar a causa. A automedicação é um perigo porque, por aliviar a dor do paciente, muitas vezes o omeprazol acaba mascarando problemas mais sérios.
Alternativas e cuidados extras
Os especialistas reforçam que, em alguns casos, mudanças de hábito podem reduzir a necessidade de medicamentos. Ajustes na alimentação, evitar excesso de frituras e álcool, praticar atividade física e controlar o peso são medidas que ajudam no tratamento de distúrbios digestivos. Ainda assim, quando o omeprazol é necessário, deve utilizar-se sempre com orientação médica e por tempo limitado.
O remédio foi uma revolução no tratamento de úlceras e gastrite, mas como qualquer medicamento, não está livre de riscos. O segredo está no uso consciente e no acompanhamento regular com profissionais de saúde.
