A mensagem secreta carregada por um pombo durante a Primeira Guerra Mundial

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Em 2020, um casal de idosos que passeava por um campo no leste da França se surpreendeu quando, durante a caminhada, descobriram uma pequena cápsula perdida.
Quando observaram o objeto mais de perto, descobriram que se tratava de um achado impressionante: um bilhete manuscrito que passou mais de 100 anos perdido, sendo escrito por um soldado da Primeira Guerra Mundial.
A Primeira Guerra Mundial, também conhecida como a Grande Guerra — afinal, em seu tempo, não havia outra guerra em tamanha proporção — foi um conflito global que se deu entre 1914 e 1918, envolvendo as principais potências da Europa e seus impérios coloniais.
Ela envolveu duas alianças opostas: os Aliados (uma coalizão liderada pela França, Reino Unido, Império Russo, Estados Unidos, Reino da Itália e Império do Japão) e os Impérios Centrais (Império Alemão, Áustria-Hungria, Império Otomano e Reino da Bulgária).
A guerra teve como seu estopim o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, em Sarajevo, em 28 de junho de 1914, mas já envolvia um cenário de disputas territoriais, nacionalismos exacerbados, corrida armamentista e alianças militares entre potências europeias.
Foi só em 11 de novembro de 1918 que a Alemanha e os Aliados assinaram o Armistício de Compiègne, que representou a rendição alemã e o fim da Grande Guerra.

Conforme repercutiu o The Guardian na época do achado, o bilhete foi escrito em alemão por um soldado prussiano que estava baseado em Ingersheim. Na época, a região era parte da Alemanha, mas hoje compõe o Grand Est francês. O bilhete em questão, por sua vez, foi enviado por pombo-correio ao superior do soldado.
Le Linge
Após desenterrar a carta, o casal de idosos a levou ao Museu Linge, localizado em Orbey, no leste da França. Esse museu, vale mencionar, é dedicado à chamada batalha Le Linge, que durou entre 20 de julho e 15 de outubro de 1915, em meio à Primeira Guerra Mundial.

Durante essa batalha, segundo o All That's Interesting, tropas francesas enfrentaram alemãs em um campo na região de Hautes-Vosges, nos Alpes franceses. A região, inclusive, foi local de várias descobertas de artefatos de guerra nas últimas décadas, que vão desde armas antigas e munições, até itens pessoais — que, hoje, são mantidos principalmente no museu local.
As estimativas indicam que 17.000 pessoas morreram durante a batalha, mas mesmo com o elevado número de baixas, as linhas de frente estabelecidas na área permaneceram praticamente inalteradas como fim da guerra, em 1918.
Mensagem
Com a cápsula e a mensagem em mãos, o curador do museu, Dominique Jardy, com a colaboração de um colega de língua alemã, trabalhou para decifrar o conteúdo da mensagem.
Quase ilegível devido ao tempo, a carta datava de 16 de julho, mas o ano não estava claro, podendo ser 1910 ou 1916, mas fato é que o conteúdo a situa indiscutivelmente em meio ao auge da Primeira Guerra Mundial.
O Pelotão Potthof recebe fogo ao chegar à fronteira oeste do campo de parada, recebe fogo e recua após algum tempo. Em Fechtwald, metade do pelotão foi incapacitado. O Pelotão Potthof recua com pesadas perdas", dizia a mensagem.
Após os trabalhos, Jardy descreveu a mensagem como uma descoberta "super rara", e hoje ela é parte permanente da exposição do Museu Linge. Sua descoberta é especialmente significativa por oferecer uma visão mais aprofundada sobre como era a dura vida militar em períodos e regiões de grandes conflitos, como a Primeira Guerra Mundial.



