Dalai Lama anuncia que sucessor será buscado após sua morte

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Hoje, o atual Dalai Lama — líder espiritual do budismo tibetano —, considerado um Bodisatva (um ser que está no caminho para a iluminação, no contexto budista) vivo, é Tenzin Gyatso. Neste próximo domingo, 6, ele completa 90 anos, e em declaração recente não só mencionou a data, como também tratou de um tema bastante significativo para todos os budistas: sua morte.
Isso porque, durante anos, especulou-se que ele seria a última pessoa a ocupar o cargo de Dalai Lama. Porém, na declaração recente, ele disse que a instituição budista tibetana continuará mesmo após sua morte, e que um sucessor será encontrado e reconhecido, seguindo as tradições budistas do passado.
Vencedor do prêmio Nobel da paz, o Dalai Lama ainda insistiu que seu sucessor deve nascer fora da China — onde nasceu Tenzin Gyatso, em 1935. Vale mencionar que Pequim, que o considera um separatista, afirmou que somente ela possui autoridade para encontrar a reencarnação do Dalai Lama, que também age como líder político do Tibete.
Encontrando um Dalai Lama
Conforme repercute o The Guardian, os budistas tibetanos acreditam que o Dalai Lama é uma figura cíclica na Terra, que pode escolher o corpo em que reencarna, sempre que o anterior morre. Segundo as crenças, isso já aconteceu 14 vezes desde a criação da instituição, em 1587; Tenzin Gyatso se tornou a 14ª reencarnação em 1940, com apenas 5 anos, e desde então é tomado como líder espiritual do budismo tibetano.
Vale mencionar que parte do atrito que Gyatso possui com a China se deve ao fato de que, em 1959, ele precisou fugir do Tibete depois que tropas chinesas reprimiram uma revolta na capital tibetana, Lhasa. Desde então, ele vive exilado na cidade de Dharamshala, na Índia.
A maioria dos budistas tibetanos, seja dentro do Tibete ou no exílio, se opõe ao controle da China sobre a região. Por isso, é significativo que o líder espiritual deste grupo tenha anunciado que "a instituição do Dalai Lama continuará", e que a busca por um sucessor deve ser realizada "de acordo com a tradição do passado".
Seguindo as tradições, quando o então Dalai Lama morre, acredita-se que ele reencarne em alguma criança. Depois que algumas crianças são selecionadas, com base em sinais e visões espirituais, elas passam por testes que indicam se são ou não o legítimo sucessor. Entre esses testes, está o de mostrar itens que pertenceram ao antigo líder, em meio a outros aleatórios, para que elas apontem o que acreditam pertencer-lhes.
Essa busca pode durar bastante tempo, caso necessário. Por exemplo, o atual Dalai Lama foi descoberto quando tinha apenas dois anos, mas só se tornou de fato no líder religioso aos cinco.


