Cetesb investiga se morte de peixes em Piracicaba foi crime ambiental

ICARO Media Group TITAN








A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) está apurando uma suspeita de crime ambiental que pode ter causado a morte de dezenas de toneladas de peixes em Piracicaba, a 157 km da capital paulista. Na última segunda-feira (15), a região do Tanquã, conhecida como o mini Pantanal paulista, foi coberta por um tapete de peixes mortos.
A suspeita recai sobre a Usina São José S/A Açúcar e Álcool, que teria realizado um despejo irregular de substâncias no rio interiorano de São Paulo. A Cetesb ainda está avaliando a quantidade exata de animais atingidos. A empresa, no entanto, nega qualquer irregularidade.
De acordo com a Cetesb, a multa para esse tipo de crime pode chegar a R$ 50 milhões e, caso as análises indiquem um agravamento do dano à natureza, esse valor pode ser ainda maior. Imagens do rio mostram uma grande quantidade de peixes mortos na superfície da água, de diversas espécies.
Desde o último dia 7, a prefeitura do município já vinha observando a mortandade de peixes em alguns trechos do rio, quando teria ocorrido o suposto descarte de substâncias. Na última quinta-feira (11), foram recolhidas 2,9 toneladas de peixes.
Reprodução: Redes Sociais
Um laudo será concluído pela Cetesb até a próxima sexta-feira (19), para identificar a substância despejada na água e determinar a penalidade a ser aplicada. A entidade também notificou a usina para que faça a imediata retirada dos peixes do Tanquã.
Segundo Adriano Queiroz, diretor de licenciamento e controle da Cetesb, o material descartado pela empresa é 20 vezes mais poluente que esgoto bruto e causa uma diminuição instantânea do oxigênio na água. O índice ideal de oxigenação da água deve ser superior a 5 mg de oxigênio por litro, mas oxigenação da água no local onde morreram os peixes estava inferior a 1mg.
A usina em questão possui licença ambiental para realizar suas operações até 2025, mas estava com as atividades paralisadas e retomou suas operações sem notificar o órgão competente. O descarte irregular ocorreu no ribeirão Tijuco Preto, que desagua no rio Piracicaba, percorrendo cerca de 80 km.
A Cetesb solicitou à empresa concessionária da usina hidrelétrica Salto Grande, em Americana, que libere águas de seu reservatório para aumentar o volume de água no rio Piracicaba, na tentativa de amenizar o problema e elevar a oxigenação.



