Twitter bloqueia vídeos de ataques da Rússia contra Ucrânia
Tecmundo
Assim que tropas e blindados russos começaram a se mover no território da Ucrânia nas primeiras horas desta quinta-feira (24), diversas contas do Twitter naquele país, que faziam o compartilhamento de imagens e vídeos dos ataques de helicópteros e divisões de tanques se movendo para a fronteira, foram bloqueadas e tiveram os seus conteúdos apagados.
A interrupção na comunicação entre a Ucrânia e o mundo, feita pelo serviço de microblog, ocorre em um momento inoportuno, quando o que mais se necessita são fontes de informações confiáveis. Esse material primário, retirado das redes sociais, está sendo compartilhado por pesquisadores através de sistemas conhecidos como OSINT, sigla em inglês para inteligência de código aberto, para conhecimento do mundo inteiro.
Os bloqueios às organizações OSINT começaram já na noite de terça-feira (22), quando o pesquisador Kyle Glen teve sua conta bloqueada por 12 horas, segundo tweets posteriores do próprio e de outra organização OSINT. Até a conta brasileira Notícias de Guerra foi bloqueada pela rede social na noite de ontem (23), sob a alegação de "violação às regras do Twitter".
O que diz o Twitter?
Em um comunicado à imprensa, a porta-voz do Twitter, Elizabeth Busby, alegou que essas suspensões e cortes foram feitos por engano, e não faziam parte de nenhum tipo de campanha proposta pela empresa. “Estamos revisando rapidamente essas ações e já restabelecemos proativamente o acesso a várias contas afetadas", concluiu.
Indagada pelo The Verge sobre qual política de conteúdo havia sido violada pelas contas bloqueadas, Busby indicou a "política de mídia sintética e manipulada do Twitter", que lida basicamente com bots e fake news. No entanto, a informação não esclareceu o motivo para os conteúdos divulgados pelas organizações OSINT ser considerado algo que poderia "resultar em confusão generalizada sobre questões públicas", como citado nos termos do Twitter.
Agora, os defensores da Ucrânia estão expressando suas preocupações de que essa remoção de conteúdos do Twitter possa de certa forma ajudar os objetivos militares russos na região.
