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Cientistas estudam cratera lunar na busca por vida extraterrestre
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Cientistas estudam cratera lunar na busca por vida extraterrestre

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Aventuras Na História
24/07/2025 16h35
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16567998/original/open-uri20250724-37-ipkx5b?1753375204
©Imagem Earthrise: NASA, anotação adicionada pela ESA; radargrama RIME: ESA/Juice/RIME
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Uma cratera lunar imortalizada em uma das fotografias mais icônicas já capturadas acaba de desempenhar um papel significativo na investigação de vida alienígena em nosso sistema solar.

Localizada na face oculta da Lua, a cratera de impacto lunar anteriormente conhecida como "Pasteur T" se estende por quase 40 quilômetros. Este local pode ser considerado a cratera lunar mais vista da história, tendo sido apresentada em destaque na célebre foto "Earthrise", tirada pelo astronauta americano William Anders no dia 24 de dezembro de 1968, durante a missão Apollo 8.

A imagem majestosa, que retrata a Terra iluminada surgindo sobre o horizonte lunar, tornou-se tão famosa que a cratera foi renomeada para "Cratera Earthrise de Anders" em 2018.

Agora, quase seis décadas após o sobrevoo de Anders ter colocado sua cratera no mapa, outra espaçonave teve a oportunidade de observar essa formação a partir da órbita lunar — desta vez com um foco científico voltado para a busca por sinais de vida extraterrestre.

A espaçonave Jupiter Icy Moons Explorer (JUICE), lançada da Terra em abril de 2023 e com previsão de chegar à órbita de Júpiter em 2031, passou pela Lua há quase um ano.

Os cientistas da missão aproveitaram este encontro para testar os dez instrumentos científicos da espaçonave, que serão utilizados posteriormente na exploração das luas geladas de Júpiter.

Análises

Este sobrevoo lunar representou a primeira oportunidade de avaliar o desempenho dos instrumentos do JUICE em uma superfície sólida no espaço, conforme afirmaram representantes da Agência Espacial Europeia (ESA) em um comunicado.

O instrumento Radar para Exploração de Luas Geladas (RIME) foi destacado como particularmente importante; ele utiliza ecos de ondas de rádio para medir a elevação em corpos rochosos.

A função do RIME em Júpiter é investigar abaixo das superfícies geladas das luas Europa, Ganimedes e Calisto para mapear as camadas rochosas invisíveis abaixo delas", afirma a ESA.

Por necessitar 'escutar' alterações precisas nas ondas de rádio, o RIME requer um ambiente o mais silencioso possível para obter as melhores leituras. É aqui que entra a relevância da cratera Earthrise de Anders.

Durante o sobrevoo pela famosa cratera, os cientistas da ESA silenciaram todos os outros instrumentos da sonda para permitir que o RIME realizasse suas observações sem interrupções durante oito minutos consecutivos.

O radar do RIME mapeou as elevações na superfície lunar ao redor da cratera, e esses dados foram comparados com medições anteriores obtidas por outras espaçonaves, como o Laser Altímetro Orbital Lunar (LOLA) da NASA.

A equipe descobriu que o ruído eletrônico dentro do JUICE estava interferindo nas medições do RIME — desencadeando um projeto que durou meses para corrigir essa questão com um novo algoritmo.

A ESA agora informa que este projeto foi bem-sucedido. O novo mapa de elevação da Cratera Earthrise de Anders revela picos e vales que correspondem perfeitamente às elevações capturadas pelo LOLA durante sobrevoos anteriores.

Os dados confirmam que o RIME está pronto para sua grande missão: mapear as profundezas subsuperficiais das maiores luas do sistema solar — e, esperançosamente, auxiliar na busca por vida extraterrestre.

Com uma longa jornada ainda pela frente, o JUICE segue agora em direção a Vênus, onde a gravidade do nosso planeta vizinho proporcionará um impulso à espaçonave rumo a Júpiter.

Ao todo, o JUICE realizará 35 sobrevoos das luas mais massivas de Júpiter antes de entrar em órbita ao redor de Ganimedes entre dezembro de 2034 e setembro de 2035, segundo informações da ESA.

Estudar Júpiter e suas luas não apenas fornecerá novas percepções sobre a formação dos gigantes gasosos e dos sistemas planetários como um todo, mas também ajudará a identificar sinais de vida e habitabilidade sob as camadas geladas dessas enormes luas.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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