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Saúde financeira não é paradoxal à capacidade de disrupção
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Saúde financeira não é paradoxal à capacidade de disrupção

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Tecmundo
28/03/2023 20h00
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A consultoria de inovação ACE Cortex apresentou agora no fim de março um relatório cujo objetivo é avaliar o ecossistema de inovação no Brasil do ponto de vista de corporate venture capital e M&As.

Ao todo, o estudo ouviu 128 profissionais de média e alta liderança – ocupantes de cargos de C-Level, diretor, gerentes e coordenadores no fim de 2022 – e utilizou como recorte empresas de mais de 20 setores, com faturamento anual entre R$ 5 milhões e R$ 10 bilhões.

Denominado Corporações e Startups, o relatório aponta que 80% das médias e grandes empresas entrevistadas pretendem investir em startups ainda no primeiro semestre de 2023. O relatório também mostra que mais de 60% dos executivos entrevistados afirmaram que as empresas trabalham com parceiros para trazer mais inovação, que essas parcerias são motivadas pela busca por soluções rápidas para os negócios junto aos clientes (62,6%) e para trazer novas linhas de receita (43,9%). No levantamento anterior, de 2021, esses objetivos representavam 48,6% e 28%, respectivamente.

Gostaria de trabalhar esses dois últimos pontos:  o mercado está olhando prioritariamente para soluções rápidas para os negócios e novas linhas de receita. Como disse no título deste artigo, saúde financeira não é paradoxal à capacidade de disrupção e essa pesquisa é mais uma prova disso.

Só que, para essa orquestra funcionar, o investidor precisa colocar o dinheiro. E com os juros altos como estão, ativos de renda fixa são muito mais seguros e convidativos. E aí a coisa desanda, embora não devesse.

O resultado disso pode ser visto, por exemplo, na onda de demissões das grandes startups. Segundo o site Layoffs Brasil, mais de 30 startups nacionais fizeram cortes em massa em fevereiro deste ano. Ao todo, 2.721 colaboradores foram demitidos no período, incluindo corte no Unicórnio Neon e na fintech C6 Bank. Esta semana, a Creditas também anunciou demissões e se junta a gigantes como iFood, Loft, Quinto Andar, entre tantas outras que tiveram que demitir.

O que o estudo da Ace nos mostra é que, por mais estimulantes que sejam os predicados da nova economia, algumas bases do funcionamento do mundo dos negócios tradicionais ainda apresentam resultados consistentes, como, por exemplo, a manutenção de um caixa que dê segurança suficiente à empresa para manter suas atividades em águas turbulentas.

Repito: o compromisso com a saúde financeira de um negócio não necessariamente é paradoxal à sua capacidade de inovar. E mais que isso, talvez até desperte o interesse dos investidores. Sob essa perspectiva, pode ser até saudável o atual momento, no sentido de criar uma nova consciência do que deve ser uma startup.

Os grandes bancos não deixarão de precisar das inovações das fintechs. Os varejistas ainda precisarão do e-commerce e de soluções inteligentes de logística. Da mesma maneira, inúmeros outros negócios continuarão buscando por startups que ofereçam novidades relevantes. A necessidade de inovação continua e depende menos do cenário macroeconômico, mas, dessa vez, a conta precisa fechar.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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